Ó solitário das estradas
Desventurado pensador
Há no caminho almas penadas
Que vão clamando desoladas
A dor e o pranto, o pranto e a dor!
Vós, que o silêncio amais no mundo
Em orações ao pé do altar
Sob as arcadas silenciosas
Almas feridas, desditosas
Oram convosco a soluçar
Ao descansardes, meditando
À sombra de árvores em flor
Sabei que às vezes sois seguidos
Pelas angústias dos gemidos
De almas chagadas no amargor
Clareie a luz do Sol-nascente
Negreje a treva na amplidão
Gemem na terra muitos seres
Pelos amargos padeceres
Depois da morte, na aflição
Dai-lhes dos vossos pensamentos
Consolação que adoce a dor
Dai um conforto à desventura
A prece cheia de ternura
Algo de afeto, algo de amor!