Na alcova desguarnecida
Sobre uma enxerga, a doente
Soluça como quem sente
O fim nevoento da vida
Beija-lhe a filha inocente
Minúscula, embevecida
Mirando-a enternecida
Dizendo-lhe docemente
Não chores mais mamãezinha
Vou dar minha bonequinha
À santa lá do altar
E com esta minha promessa
Ela há de vir bem depressa
Para a senhora sarar
O mendigo desprezado
Olha as estrelas e chora
Pois sente que se enamora
Do firmamento estrelado
Ao seu Jesus bem-amado
Cheio de lágrimas, ora
E pede, suplica, implora
Perdão para o seu pecado
Vêem-se raios formosos
Dimanando luminosos
Do clarão da sua fé
E lá dos céus abençoa
Sua alma singela e boa
O Jesus que ele não vê