Ao meu tétrico olhar abominável
O homem é fruto insólito da ânsia
Heterogeneidades da substância
Argamassando um todo miserável
Psique dolorosa e inexpressável
Na mais remota epíspase da infância
Desde a mais abscôndita reentrância
Da sua embriogenia detestável
Do intravascular princípio informe
Larva repugnante e vermiforme
Nos íntimos recôncavos da placenta
A quietação dos túmulos inermes
Era um feixe de mônadas de vermes
Dissolvidos na terra famulenta
Após a introspecção do além da morte
Vendo a terra que os próprios ossos come
Horrente a devorar com sede e fome
Minhas carnes em lúbrico transporte
Vi que o ego era o alento flâmeo e forte
Da luz mental que a morte não consome
Não há luta mavórtica que o dome
Ou venenada lâmina que o corte
Depois da estercorária microbiana
De que o planeta triste se engalana
Nas grilhetas do infinitesimal
Volve o espírito ao páramo celeste
Onde a divina essência se reveste
Da substância fluida, universal