Noite, Natal!
Na hora derradeira
Sozinha num brejão, com sede e fome
Morre jogada à febre que a consome
A velhinha Maria cozinheira
Lembra o Natal dos tempos de solteira
Olha a esteira enrolada e o chão sem nome
Mas, de repente, vê que tudo some
Está livre do corpo e da canseira!
Ouve cantos no céu que se descerra
Glória a Deus nas alturas!
Paz na terra
Maria, sem querer, sobre espantada
Nisso, irrompe do azul divina estrela
Alguém surge!
É Jesus a recebê-la
No sublime clarão da madrugada