No exílio é que a alma vive da lembrança
Numa doce saudade enternecida
Tendo chorosa a vista que se cansa
De procurar a pátria estremecida
Com dolorosas lágrimas avança
Do sonho que teceu e amou na vida
Para a morte, onde tem sua esperança
Na celeste ventura prometida
E Deus, que os orbes cria, generoso
Na vastidão dos céus iluminados
Concede a paz ao triste e ao desditoso
Na clara luz dos mundos elevados
Onde, do amor, reserva o eterno gozo
Para as almas dos pobres desterrados